domingo, 8 de março de 2015

Nascente

Eu quero você
Não sei como
Nem onde
Só sei que é você

Pode ser que seja saindo do mar com frio
Já que a água estaria gelada
Dando aquela corridinha para se esquentar
Fugindo do verde marinho e do branco da espuma

Branco como o sorriso lindo estampado no seu rosto

E sorrindo você passaria por mim na areia
Sem me notar

Ou, talvez, possa ser numa tarde fresca
Com um Sol gigante iluminando seus olhos
Que mesmo brilhantes se fechariam
Para você rodopiar
Sim
Rodopios puros e felizes

E rodopiando radiante sob a luz do Sol
Mostraria que é mais linda do que a própria luz que te ilumina

É, menina...
Irradiaria poesia em mim
Que estaria sentado ali num canto
Num banco de madeira perto de você

Mas não me notaria
Não, melhor, não

Melhor não desperdiçar um olhar lindo desse em mim
Esse não

Mas pode ser que essa calma não dure
E você apareceria para mim numa frenética correria
Com a vida nos embaralhando
Tua doçura ressignificaria minha insignificância

Você estaria lá
Voando tão leve
Mesmo que em ventos tão fortes e difíceis
Suave, você dança

E colore
a mim
a todos em volta

Gira em meio a um frenesi entorpecente
Com uma beleza e doçura lisérgicas

E eu não poderia fazer nada além de olhar
Mas saiba que consegue ser adoravelmente ainda mais linda ao ser vista do olho do furacão

E o seu ritmo
Me contagia
Alucina-me
Alucida-me
Pois, você, tua figura e teu prazer
Me fascinam

Mas, não...
Não quero que me note
Só quero que continue radiante
E para isso, te darei quantos versos e cores forem necessários

Mesmo que não saiba

Porque eu te quero na essência
A sua essência
Minha vontade de você
É de você
não de nós

É você
Aliás, nem sei quem é você
Nem o que quero de você

Só sei quanto você fica linda de longe

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