sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

EP II

Aqui está o meu segundo 'EP' amador.
Segue a mesma lógica do primeiro ( escute aqui o EP I ), duas músicas com as letras logo em seguida.

Ambas composições próprias

Dessa vez a gravação foi mais casual, então a qualidade está mais baixa e tem mais erros, porque foi o que deu pra fazer.

Confere aí 'Cantando sem Querer' e 'Maria'
 

Para ver as letras:

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O tal


Emília

Emília começou uma ridícula, feia boneca de pano, dessas que nas quitandas do interior custavam 200 réis. Mas rapidamente evoluiu, e evoluiu cabritamente - cabritinho novo - aos pinotes. E foi adquirindo tanta independência que, não sei em que livro, quando lhe perguntam: 'Mas o que você é, afinal de contas, Emília:' ela respondeu de queixinho empinado: 'Sou a Independência ou Morte.' E é. Tão independente que nem eu, seu pai, consigo dominá-la.
                                                                                                                          - Monteiro Lobato

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Pretos Preços

O seu uísque é bem mais velho do que eu
E imagino, que também mais valioso
E o café que você sempre bebeu
Tem uma coisa que o deixa mais gostoso
Ele é preto

O petróleo que jorra no deserto
Escorre tristeza, mas isso não importa
Pois, você fica mais rico então, está certo
Que o petróleo vale mais do que gente morta
E ele é preto

O carvão que você tanto explora
E usa até trabalho escravo infantil
Gera o dinheiro que você tanto adora
E esse carvão é bem mais do que mercantil
É preto

O trabalho compulsório tem sempre utilidade
Dessa vez, na exploração do cacau
E vendendo um chocolate de qualidade
Lucra-se bastante no mercado comercial
E ele é preto

O acessório feito de couro de verdade
Que foi fruto de uma morte agonizante
É bonito, alimenta sua vaidade
Faz de você uma pessoa elegante
E ele é preto

E, principalmente, antes disso tudo
Tem um sangue que é derramado para tornar isto possível
Um sangue que não é ouvido por tentarem o tornar mudo
Um sangue que você considera desprezível
Por ser preto

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Além da carne, vai

É... acabou o Carnaval
Mas nem pense em deixar a alegria ir embora
Vamos ser felizes, afinal
Tem muita vida a partir de agora

Se você pôde ficar contente
Durante esses lindos dias
Não entendo porque diz tão veemente
Que acabaram as alegrias

Já que o sorriso está em você
Basta que o deixe brilhar
E se ele florescer
O Carnaval renascerá

A festa é do seu coração
E não importa onde esteja
E assim, com purpurina ou não
O amor vem e te beija

Pois ser feliz, ser folião
É mais simples, do que parece
Assim como ser cidadão
Que é o que todo mundo merece

Se fantasiado você abraçou o diferente
E lhe abriu todo o seu peito
Porque ficar indiferente
Alimentando o preconceito?

Se você usa fantasias
De sexta a quarta-feira
Pode viver, nos outros dias
Uma poesia verdadeira

E não desonre a energia
Que o Carnaval te dá
Cultive sempre a alegria
Pra você poder amar

E ame com diversão
Isto é poesia pura
Pois, todos têm coração
Não importa a sua cultura

E não ache que o Carnaval
Se opõe a realidade
Pois esta tal vida real
Usa máscaras de fragilidade

E a fantasia que vivemos
Após a cinza quarta-feira
É dura, pois não percebemos
O quanto ela é traiçoeira

Então cultive o colorido
Que vive no Carnaval
E dê um abraço querido
Em qualquer um que esteja mal

Não deixando que o barulho dos motores
Seja mais alto do que aquele samba nu
E nem que a voz dos exploradores
Seja mais forte que o seu maracatu

Não esqueçamos que a cidade
Está ali para ser ocupada
Seja por gritos de felicidade
Ou por uma voz erguida e revoltada

E todo esse nosso poder,
Todo o nosso potencial
É apresentado para você
De forma doce, o Carnaval

Não o veja como algo separado
Do resto da sua vida
Nem como um momento isolado
Por ser uma época colorida

Pois, você pode se libertar
E sorrir quando quiser
Sem precisar se fantasiar
Basta ser quem você é

Carnaval não é exagero
Bebedeira ou putaria
O Carnaval é, primeiro
Sentir uma pura alegria

Você pode até não fazer parte
Dos blocos que saem todo dia
Pois o Carnaval é a arte
De se apaixonar por sua própria poesia

E é por isso que eu espero
Que você lute para ser feliz
Pois te dar um sorriso sincero
É tudo que o meu Carnaval sempre quis

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Meu por quê

Eu não gostava de escrever nenhum poema
Mas então eu conheci a mulher certa
E foi aí que me surgiu esse problema:
'Como eu vou falar o que ela me desperta?'

Dizer 'te amo' não era o suficiente
E nem em prosa eu conseguia transcrever
Porque por ela meu peito é efervescente
E desisti há muito tempo de entender

Só sei que aquele sorriso meio sem jeito
E o olhar tão doce que reflete a minha paz
É para mim muito mais do que perfeito
E de esquecê-los sou totalmente incapaz

Estar longe aumentou a sua mística
E só me fez querer o seu sabor gentil
Porque ela suavemente é tão artística
Que faz até Argélia rimar com Brasil

Eu precisava escrever sobre o amor
Que me fazia sonhar em estar do seu lado
Eu precisava desenhar aquela flor
Que floresceu quando me vi apaixonado

E a poesia me serviu como uma luva
Para gritar o que sinto pela janela
Vou confessar que eu esqueci meu guarda-chuva
Simplesmente por estar pensando nela