quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Nos seios das ondas do Mar

O mar... Ah, o mar...
Me silencia e
Me faz esquecer de que,
teoricamente,
havia esquecido tantos amores

O mar... Ah, o mar...
Reflete o sol
assim como os meus olhos
refletem todos os acordes
que já toquei
e todos para quem os dedilhei.
Se movimenta
como meus lábios a cantar,
me faz lembrar de todas as gaitas
que já sobrei e aspirei
beijei, suspirei e arrepiei

O mar... Ah, o mar...
Que corta o horizonte
E despedaça meu coração
partido...
purificando-o
E assim, poderei amar de novo
Sim, o mar afoga o tempo
Ao trazê-lo a superfície
Afoga também
O mar de lágrimas causadas pela distância
Pela distância que o céu fica de minha boca,

Mas não de minhas palavras...

Aliás, as vezes,
elas ficam mais próximas do olhar celeste
e não do coração do poeta mortal...
Mas o silencio do mar as devolvem para mim
Ao evidenciar meu egoísmo, meu narcisismo e todos os outros ‘ismos’
que apodrecem-me
tornando me um ‘ista’ sem fundamentos e sem coração
para amar.

Mas, no momento, sou apenas um banhista
Que embaraça seus cabelos na espuma das ondas
E agora, como cresci,
Posso ir para o fundo sem medo
Já posso ser profundo no medo.

O mar...Ah, mar...
Ele não enxuga minhas lágrimas
Apenas me molha por inteiro,
Fazendo a pequena lágrima tornar-se
imperceptível,
Sendo apenas mais uma gota salgada em minhas faces
Desmascaradas.

Mar.. Ó mar...
Obrigado por me fazer (e)
Me escutar.

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