Acima das nuvens
Aquecendo o sol
Em cada lágrima de chuva
Que acompanha o mi bemol
No discurso do olhar
Para a indireta do sorriso
No verde sereno do mar
Que dá certeza ao indeciso
Em meu pálido reflexo
No corpo de meu violão
Na simplicidade do complexo
Que não escuta o coração
Em cada pétala juvenil
Da imensa rosa dos tempos
Na experiência infantil
E todos os seus questionamentos
No tempo inconsequente
E no xingamento sincero
Em cada ruído deprimente
Desse vinil verde e amarelo
No lábio vermelho
E na terra em meu pé
No inverno veraneio
Que os fazem perder a fé
Na idealização inocente
De quem não te faz feliz
Na vida sofrida da gente
Que nunca almejou o que sempre quis
Sinto pena dos que se perderam
E não encontraram o onipresente
Daqueles que nunca cresceram
Pois o coração é indigente
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