quarta-feira, 29 de julho de 2015

EP V

Bom, esse aqui é o quinto EP do blog.

Ele traz 'Dama Generosa' e 'Despertar da Primavera'

Se alguém quiser conferir os outros é só entrar no meu Soundcloud




Para ver as letras:



Dama Generosa

Gosto de te ver feliz
mesmo com outra pessoa
Pois, ver teus olhos brilhando
Nunca me magoa

   Só quero o seu bem
   Não importa como for
   Torço pra encontrar alguém
   Que valorize o seu amor

Pois temi os seus gemidos
Medo de não os provocar
E é por causa disso
Que eu nunca vou me perdoar

Porque eu ainda te amo
E pra sempre vou te amar

Teu sorriso me faz sonhar
Toda noite em minha cama
Ouço tua voz a cantar,
Sussurrando que me ama

   Nunca vou me esquecer
   Do negro de teu olhar
   Que soube me prender
   Mas não soube me soltar

O teu beijo sincero
Teu abraço de alegria
Por serem tão singelos
São mais belos do que a poesia

Por isso que eu te amo
E pra sempre vou te amar
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Despertar da Primavera

Os carpinteiros que morrem em cruzes de madeira
O operário que morre em uma operação no SUS
O estudante que morre em uma operação rotineira
O eletricista que morre sem nunca ter visto a luz

Sorrisos mortos por um coração partido
Crianças que morrem sem conhecer os seus pais
Trabalhador que é morto por se parecer com um bandido
E o policial que é morto ao tentar manter a paz

   Presentes
   Presentes

Jovem que morre afogado em otimismo
E o preto que morre por puro preconceito racial
A mulher que é morta todo dia pelo machismo
E a evangélica que morre antes do juízo final

Aqueles que morreram num navio negreiro
E os que morrem até hoje por terem vindo de lá
A índia que é morta pelas mãos sujas de um fazendeiro
E o gay que é morto pelo seu desejo de amar

É o cemitério que enriquece nosso solo
Fortalece a nossa base
É onde cresce a nossa flor
E eu espero o meu choro acabar
Para, então, poder saudar
Quem sofreu e quem lutou
E eu espero o meu choro acabar
Para eu poder cantar pra quem morreu por amor

As mães que morrem na hora da parto
E as avós que morrem num asilo a definhar
O amor que morre ao sair do quarto
E a familia que morre por ter que se enquadrar

A flor que é morta por um coturno maldito
E o mendigo que morre por não existir
Tudo aquilo que morre só porque algo está escrito
E a verdade que morre por não saber mentir

   Presentes
   Presentes

A professora que morre amando o seu trabalho
E o moleque que morre querendo ser jogador de futebol
O senhor que morre numa partida de baralho
E as ondas do mar que morrem sem olhar o sol

Os poetas que morrem sem conhecer a poesia
E a magia que morre ao se tornar casual
As lágrimas que morrem num choro de alegria
Todas as almas que foram mortas pelo capital

É o cemitério que enriquece nosso solo
Fortalece a nossa base
É onde cresce a nossa flor
E eu espero o meu choro acabar
Para, assim, poder saudar
Quem sofreu e quem lutou
E eu espero o meu choro acabar
Para, então, poder cantar pra quem morreu por amor

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