Pode me chamar
de lerdo, de pobre e até de otário
Pode rir
do meu cabelo desgrenhado e, talvez, libertário
Pode gritar
que sou vagabundo, um falso revolucionário
Pode caçoar
das minhas cartas, mesmo sem saber o que é 'destinatário'
Pode até se vangloriar
por estar aí de 'patrão', enquanto eu não quero nem ser 'estagiário'
Porque só me importa o coração, e ele é um músculo involuntário
Pode escarnecer
minha voz mesmo sem conhecer meu vocabulário
Pode zombar
das minhas roupas apenas porque não comprei o seu armário
Pode me xingar
de feio, chato e bobo depois de ter procurado essas palavras no dicionário
Pode ignorar
minha arte e me enxergar como um babaca solitário
Pode banalizar
meus mergulhos profundos, enquanto fica na superfície de um simples aquário
Pode gargalhar
do meu andar só porque sigo o caminho contrário
Pode me humilhar
por não compreender e nem me interessar pelo valor monetário
Pode me ridicularizar
por não encher meu copo, nem mesmo com uma tempestade, já que meu copo é solidário
Pode rir
das flores que colhi para decorar humildemente o meu calvário
Pode cantar
glórias que não merecem espaço em um belo relicário
Porque só o que me importa são as histórias de amor de que o meu coração ainda será voluntário
PER-FEI-ÇÃO
ResponderExcluirPorra! Mt foda esse, jão
ResponderExcluirporra moleque, adorei!! tá cada vez melhor
ResponderExcluirVou te dizer... Vale muito a pena esquecer a guarda-chuva por aí. Obrigado por ter se permito molhar e molhado a todos que lerão esse post.
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