Quero que cuspa teu próprio coração
O vomite em suas delicadas mãos
Sem medo de o desvirginar
E com ele em punhos, me estapeie forte
Bata até tirar-me da beira da morte
Pois a tristeza sabe como ninguém me confortar
Me faça sangrar livremente
Peço-te que pare somente
Quando teu coração também quiser parar
E essa dor me dará energia
Pois até mesmo minha filosofia
Me manda chorar
Tira de mim o vazio
Me liberta do frio
E me deixa cantar
Já que minha mão pede a carne
Que mesmo ao perder seu charme
Insiste em me fazer duvidar
Mas por tudo que eu já disse
Espero que a superfície
Não venha mais me atiçar
Não quero dinheiro ou comida
Nem cigarro ou bebida
Aliás, nem sei mendigar
Mas busco um tapa sincero
É só isso que eu quero
Para poder revidar
Só quero uma pele cheirosa
De face generosa
Para me estapear